quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Não houve amanhã

Sempre lembro da minha mãe quando deparo-me com a sincronicidade das coisas. Lá fui eu ler o tal livro. Certa vez disseram-me que alguns livros "vêm pra nós na hora que precisamos". E não é que é verdade mesmo? Achei que talvez o título viesse a calhar; têm sido difíceis esses últimos dias. Ainda resta uma esperança. Sim, esse era o título do tal livro. Mal comecei a leitura e, de fato, era perfeito para a situação. J. M. Simmel soube descrever perfeitamente: "Podia-se ignorar tudo que abalava os ânimos, por algum tempo, mas seria impossível manter-se alheio para sempre. A todos, justos e injustos, forças inconcebíveis que os homens chamavam de "circunstâncias", acabavam obrigando a tomar partido, o que era uma desgraça enorme, pois a maioria dos homens tinha perdido essa capacidade quase por completo." Algumas das coisas que acabam com a minha crença na humanidade é o egoísmo. São nas condições adversas que muitas vezes revelamos nossa verdadeira face. E eu vi muitas faces egoístas quando deveria ser mostrado o mínimo de humanismo. Aquele velho e conhecido "se importar". E é decepcionante. Diante do caos, considero-me sortuda. Como alguém que já passou por maus bocados posso dizer com certeza: depois das dificuldades, aprendemos a lição. Porém, a tendência é esquecermos de tudo, soterrando o aprendizado em meio à trivialidades cotidianas. É preciso que coisas ruins aconteçam para nos despertar para algo novo. Mudanças estão vindo e teremos que nos acostumar a elas. Eu que sempre me considero desafortunada, desta vez agradeço por ter quem eu tenho e o que tenho na minha vida. Em meio à tanta coisa ruim, só nos resta prestarmos atenção nos seres iluminados que temos perto de nós e deixar que o resto se afogue no próprio egoísmo. É ali que está o que vale. Vai ver Simmel tem mesmo razão...

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