Esperei exatos dois meses. Ensaiei, escrevi e ouvi tudo que pudesse me remeter à você. Marquei possíveis encontros mentais e todos deram errado. Até que, por uma forcinha do destino, estavas ali presente com aquele sorriso atencioso que por sessenta dias eu fechava os olhos pra ter comigo. És, para mim, uma incógnita. Não sei se te idealizo, se as pinturas mentais que tenho de ti fazem jus ao que realmente és. Aí tu me apareces e mostra, indiretamente, que sim. Se todos os meus diálogos ensaiados dessem certo, te diria que adoro quando te vejo. Se minha timidez permitisse, te responderia que adoraria que você viesse à minha cidade mais uma vez (ou infinitas vezes) e que minha casa está sempre aberta. Diria que ninguém até então tinha conseguido furar o escudo invisível que construí para me defender como tu conseguiste. E que ninguém, até o presente momento, tinha tomado de assalto meus pensamentos. Diria que, apesar de seres uma incógnita, tem um sorriso lindo. Que adoro teus cabelos. E que eu me sinto uma babaca por não saber dialogar decentemente contigo cada vez que me diriges a palavra. Queria te descobrir. Queria te mostrar coisas da minha personalidade que talvez te fizessem rir. Te diria que eu não entendo muito de cinema, mas que poderíamos assistir todos os seriados possíveis. Que te escreveria coisas lindas. Que ainda quero te ver acordar mais vezes... Enfim, demonstraria mais. Deixaria de criar situações utópicas e agiria. Talvez o que escrevo já demonstre. Ou talvez seja pouco. Viajei quatros horas pensando nisso. E na saudade antecipada que sentiria do lugar que estava voltando. Engolia o choro e o suco de uva com maestria, até que transbordou. Não me contive. Quem sabe deva me conter menos nesse aspecto mesmo. Ainda bem que o rímel era à prova d'água.
"Qualquer coisa que precisar, dá um toque."
Eu preciso.
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