domingo, 28 de novembro de 2010

"É difícil aprisionar os que têm asas."

Existe um verme pequenino que mora dentro de cada um de nós. Cada um tem o seu e o denomina de acordo com aquilo que menos gosta em si ou com o que mais incomoda. O meu deve se chamar "insatisfaçãovontadedejogartudoproaltoesairpelomundo". Eu tenho essa mania de quando as coisas não dão certo querer correr, voar, sei lá. Vontade essa que demora a passar. Descobri nesse ano cheio de readaptações e descobertas, que eu adoro viajar. Porque a estrada, além de ser um lugar fascinante, me acalma. Só ali, naquele curto (às vezes nem tanto) espaço de tempo eu consigo colocar algumas coisas em ordem e ter a sensação verdadeira de que de um lado eu deixo o que não quero pra trás, e de outro, vai ter alguém em algum lugar esperando pela minha chegada ou pelo meu retorno. É mágico. É sentir-se livre de verdade. Isso sem falar das pessoas que tu encontra pelo caminho, todas elas fascinantes! Com aqueles sotaques, costumes, histórias pra contar... Ultimamente a estrada tem sido solitária. Não que isso seja ruim, não é. Só que às vezes parece que não há "um porto", um lugar em que se possa atracar. Por isso o nome do verme é insatisfação. "Insatisfação crônica" como diria o mestre Woody Allen. Nociva, muitas vezes. Por isso a necessidade de pular de galho em galho à procura de algo que pode nem existir. Mas a busca, ah, essa é sempre fascinante. E chegar em algum lugar novo, sem saber o que encontrar, sem conhecer as ruas, os rostos, sem ninguém te conhecer é libertador. A necessidade de voos maiores está aumentando. E uma vez nascidas as asas, fica difícil querer desperdiçar o "dom de voar" dentro de uma gaiola. Hoje eu acordei com essa vontade. As asinhas cresceram. E deve ser esse o tal gosto daquilo que chamam de "liberdade".



Talvez esse tempo todo, o vagalume que voa pra lá e pra cá fosse eu.



"Easy like a sunday morning."

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