terça-feira, 16 de novembro de 2010

Bukowskiando

Sabia que Charles seria excelente companhia para esta madrugada. Ah, a madrugada! Tão sedutora com suas esquinas e fumaças e sarjetas. E mulheres, claro. Charles adorava falar de suas mulheres. "Suas". Contou-me antes sobre uma tal ruiva, escreveu-lhe um poema. E depois contou-me de outra. Bebeu. Falou-me de suas carências e esperas. - Não bebe, querida? - perguntou-me gentilmente. - Fale-me mais sobre você, disse. E me falou de uma certa ave azul, de suas esperas. De sua ode à boemia. Como podia ser tão genuíno? E de repente me identifiquei com algumas passagens daqueles contos. Não tão escancarado, é verdade. Mas de como aquilo mascarava algo maior ou não. Talvez "só a vontade de viver até a última gota"...

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