Abri o blog só para tentar organizar os pensamentos e aquela ânsia de escrever. O difícil é colocar toda essa gama de sentimentos e sensações em palavras, digamos, simples. Têm sido dias estranhos, despedidas deixam-me bagunçada por dentro. Despedidas implicam mudanças e toda aquela coisa de acostumar-se com a ausência, mas prefiro guardar isso para outro momento.
Encontro-me numa confusão tremenda. Dias péssimos sempre trazem sonhos estranhos e com eles vêm algumas vontades escondidas; escamoteadas em meio ao meu subconsciente. Procuro prestar atenção nesses "sinais" pois em alguns deles estão meus verdadeiros anseios e acima de tudo as coisas das quais eu sinto falta. É possível sentir falta daquilo que nunca tivemos? Não tenho certeza, mas penso que isso tem a ver com algo nunca antes visto e que gostaríamos de experimentar, de sentir.
Gosto da minha introspecção por isso: o silêncio me ajuda a colocar os pensamentos no lugar. Passo horas e horas pensando e, embora às vezes isso não me leve a lugar algum, me acalma. É como se precisássemos dar um tempo de tudo e de todo mundo. Há quem tenha problemas em ficar na sua própria companhia. Para mim não há mal algum. Tá certo que para uma menina de vinte e um anos o certo seria estar em algum lugar com uma música ensurdecedora e enchendo a cara de cerveja, mas essa concepção de "diversão" às vezes não preenche meus vazios, minhas carências. O bom de ir se conhecendo melhor com o passar dos anos é que você aprende a respeitar os seus momentos e as suas vontades. Tudo bem que o tédio vem como um bônus nessas noites de auto-análise, mas, mesmo assim, gosto dessas noites que parecem ter duzentas horas.
Óbvio que tem o lado ruim também. Óbvio. Assim como na minha vida em que, aliás, o lado ruim se sobressai. Fico aqui pairando acerca da minha mediocridade. Solitária e frágil. Fazendo milhões de indagações que vão desde de "como as pessoas me veem" até "será que eu passo a impressão de uma pessoa auto-suficiente demais?". Ridículo, eu sei. Mas colocam minha cabecinha para pensar fazendo-me refutar minhas próprias teorias. Não é possível que viverei por mais algum tempo considerável nadando em culpa e amargura. Coisas como essa vão além de um simples querer e penso não estar pronta. Só sei do que não quero e isso já é alguma coisa.
Sempre fui uma defensora de que primeiro é preciso cuidar de si para depois doar-se aos outros. E vou continuar defendendo. O que talvez eu não tenha pensado é que o outro também pode cuidar de nós e vice-versa. Ainda não achei ser humano leal e paciente a esse ponto. E disposto a aturar alguém tão rabugento quanto eu. Excesso de desamores mata a gente e nos deixa assim, pensando, refletindo e pensando mais um pouco. Nada precisa ser tão solitário e deprimente. Diz a garota que preferiu passar o sábado em casa ao invés de encher a cara de cerveja.
My eyes are so bleary
I guess I'm young but i feel so weary
I've tried to express it
But I think its all a bore
Its at the heart of me
A very part of me
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