sábado, 26 de novembro de 2011
Sábado à noite
A solidão pode até servir para alguma coisa quando se trata de uma opção. Você pode optar pela reclusão e ler um bom livro, ver um bom filme ou simplesmente não fazer nada. Às vezes sinto preguiça de socializar. Por mais que odeie ficar sozinha. Veja bem: estar só é diferente de sentir-se só e isso independe de companhia. Você pode se cercar de pessoas incríveis e mesmo assim sentir-se perdido. Só de ter por perto pessoas que não são "losers" como você já é um grande começo. Além do que, existem coisas que vêm à tona mesmo quando a solidão é opcional. Ficam se debatendo, querendo sair. Coisa de gente solitária, entende?
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Não sei se foi a proximidade das datas ou se foi o fato de eu lembrar disso que me fez pensar. Te vi como vilão por muito tempo. Mas sabe, aquele papo de afastamento ajuda mesmo a superar. Só que eu nunca cogitei a hipótese de pensar em como você se sentiu, em como você via as coisas. Como você me viu naquela situação há mais ou menos dois anos. Alguém que era, de certa forma, dependente emocionalmente de você. Foram tempos difíceis e o clichê da "pessoa certa na hora errada". Porém, por mais que goste de pensar que tudo ocorreu no momento certo, tenho minhas dúvidas. Eu também fui vilã, também fiz coisas erradas contigo, agi de modo infantil. Foi até ingrato da minha parte. Mesmo depois de todos os tropeços, não guardo rancor. Queria poder te dizer isso pessoalmente, coisa que as circunstâncias impedem. Hoje não somos mais que estranhos, fato. Gostaria que soubesses que sou extremamente grata pelo que fizeste por mim naqueles tempos sombrios. E que sem teu ombro eu talvez não teria conseguido chegar até aqui. Gostaria de dizer também que isso se sobressai em vista daquilo que foi feito de errado. Porque eu também errei, e muito. Não é pra buscar algum tipo de redenção, apenas pra dizer que eu jamais poderei esquecer quem esteve ao meu lado no pior momento da minha vida. Desculpa e muito obrigada. Por tudo.
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Leave it.
Olhei para aquela bacia cheia de pipoca com calda de chocolate e pensei: não vou escrever. Tarde demais, cá estou eu num misto de insônia e frio reportando pensamentos que não interessam a ninguém. Vim com tanta sede ao pote que esqueci sobre o que iria vociferar desta vez. Tinha prometido não mais gastar meus pensamentos, palavras e até sonhos com quem não tivesse disponibilidade de, no mínimo, mostrar que se importa. Porque eu mostro. E eu me importo. O fato é que o universo é sacana e tem mania de me colocar no mesmo exato lugar e situação de antes. Seria cômico se não fosse perverso. Tomo o "universo" por eu mesma. Adoro uma situação complicada, adoro fantasiar e até sofrer um pouquinho. Porque sabe, quando machuca é melhor, é poético. Não. Tenho a mania estúpida de colocar as pessoas num pedestal e velar todo e qualquer possível defeito da mesma. Aí crio "laços" imaginários, relações que existem somente no onírico e que mal ultrapassam a linha da minha mente com o real. Dá nojo de ver o quanto "inventamos" pessoas e o quanto de tempo perdemos esperando que lá na frente, que um dia elas se tornem ou que elas retribuam aquilo que fazemos por elas. Quando alguns lugares se tornam familiares, tenho mania de criar neles vínculos além dos que já existem, motivos a mais. Na verdade, os que tenho lá já me bastam e são lindos. Onde viemos parar que o mínimo de atenção que te oferecem já é o suficiente pra você desejar alguém? É a última parada, acho que não consigo esquecer a forma como as coisas foram naquele sábado chuvoso. Rancor, você saberia. Não existe nada e o teu sorriso? Teu sorriso desaparece junto com teus cabelos. Eu quis conhecer, quis ver e sentir. Mas o que esperar de alguém que não quer se deixar conhecer? É normal ficarmos mais velhos e covardes? Os covardes são pó pra mim, são escória. Gente que tem medo de sentir? Não condeno, também já fui de desligar emoções. E todo aquele papinho de valorizar e blablabla. Agora não sei até que ponto é verdadeiro. Não sei mais. Só de esbravejar e tentar decifrar pela última vez esse enigma ou tentar sentir uma ponta de ódio já mostra que existe algo. Em mim, só em mim. Como aquela noite fatídica naquele pub. Ou quando me ignoras com um sorriso que me dói até os ossos. O lado racional segue repetindo que pra mim não há vantagem, chega. O passional repete "só mais uma vez" bem baixinho no pé do meu ouvido. Seguindo um ou outro, termina. Termina o que nem começo teve, termina o que eu inventei pra não esquecer o que é gostar de alguém. E mesmo que fosse alguma coisa, mendigar qualquer tipo de afeto é ridículo até para alguém como eu. Foi um dia horrível e um texto idem. Mas mesmo "isso" existindo somente nas minhas palavras tolas e na minha imaginação, fica fácil saber quando nos importamos além do que deveríamos. Memorizei tudo o que pude, o que o álcool me permitiu. Abraço, beijo, os cabelos molhados e a música. Te vi virar a esquina e ali parada atrás da porta, com os olhos marejados pensei comigo mesma: isso já foi longe demais. E foi mesmo.
Como parar?
Como parar?
terça-feira, 15 de novembro de 2011
De repente você percebe que ama coisas que te fazem mal e que quase mataram uma parte de você. É como tomar uma dose de veneno todos os dias, até que não dá mais. Você quer se curar porque ainda há tempo. Porque pode fazer a diferença na vida das pessoas de outra maneira, menos vulgar eu diria. Dizer "não" tem um poder imenso e esse é só o começo. Quem sabe sejas o antídoto, quem sabe.
domingo, 13 de novembro de 2011
Nada (im)pessoal
Você escreve qualquer coisa em alguma dessas redes sociais e automaticamente as pessoas acham que te conhecem a fundo. Acham que sabem seus gostos, seus medos, que conhecem seus amigos. Bem sabemos que isso não é verdade e que essa falsa intimidade atrapalha muitas vezes. Você pode ler o que eu escrevo e achar que me conhece muito bem quando na maioria das vezes o que parece exposição exagerada é camuflagem. As pessoas abriram mão do contato. Abriram mão de ouvir a voz, de sentir o cheiro, de dialogar, de abraçar. Muitas vezes o que aproxima também afasta, tornamo-nos vítimas do que deveria ser apenas um "complemento", um reforço nas relações (principalmente naquelas em que a distância física atrapalha). Esquecemo-nos de como é bom estar perto de verdade e de como é o olho no olho, o toque. E de como é bom uma gargalhada real e não somente uma sequência de caracteres digitados aleatoriamente. É preciso mais telefonemas, mais cartas, mais calor. Impessoalidade demais esfria a gente, sabe?
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
E se não der?
Eu choro ou continuo num faz de conta?
Ainda no clima de um dos shows mais meigos do ano. E do final de semana mais intenso do ano também.
Ainda no clima de um dos shows mais meigos do ano. E do final de semana mais intenso do ano também.
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Terceira pessoa
A escolha das palavras é feita meticulosamente. Para ele pouco importa: com certeza não a vê da mesma forma que ela o vê. Rodar vasculhando as palavras que se encaixem perfeitamente para, no fim, nunca dizer o que quer. Olhar para trás e ver que aqueles meses trouxeram uma sucessão de "nadas" até que tropeçou nele. E que ele viria a figurar naquela lista de motivos para visitas mensais em cidades vizinhas. É evidente a tentativa. Tentativas que se repetem e sensações que ela sabe de cor. "Infinitos variáveis", lembra? Tem a ver com trincheiras em chamas e aquela coisa toda. Não é recíproco, quem sabe nunca será. Aí ela lembra de Maria Elena dizendo que "só o amor não idealizado pode ser romântico". Ela queria que aquelas poucas horas fossem diretamente proporcionais à distância. Já não sabe mais se esse afastamento físico seja o espaço necessário para idealizar ainda mais a figura dele. Idealizar o sorriso, o senso de humor, as camisetas legais e as mãos que preferem ficar nas minhas enquanto dirige. Antes fosse só isso: alguma insanidade e o álcool a deixam na dúvida se algum dia ele poderia vê-la de outra maneira. Daqui a um tempo pode arrepender-se de ter se exposto. Guarda tudo para a próxima vez, sempre a próxima vez. Refere-se a ela mesma na terceira pessoa só pra não tornar ainda mais real o que já é evidente. Vai fazer mais ou menos 48 horas desde que nos vimos e aqui cabe a primeira pessoa, para dizer com toda sinceridade: por favor, não me esqueça. Eu já não vejo a hora de te ver de novo.
Você me deixa na ponta dos pés.
Você me deixa na ponta dos pés.
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