quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O "texto" de hoje não é meu. Ele é um fragmento de um livro chamado "A filha do canibal" da espanhola Rosa Montero. Esse pequeno trecho aparece na crônica "Diferença de Necessidades" da autora gaúcha Martha Medeiros. Reli essa crônica hoje e me fez pensar...


"Procedíamos de galáxias diferentes, como dois cometas que se cruzam efemeramente no espaço. [...] Quanto mais ele me exigia, mais me sentia asfixiada; e, quanto mais me regateava, mais ansiosamente ele queria me segurar. Dito isso, se ele se retirava, eu avançava, e então o perseguia e o exigia: porque o amor é um jogo perverso de vasos comunicantes."



Ainda dá tempo de puxar o freio de mão? Boa noite, pirilampos.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A saudade nada mais é que um laço que te aperta tão forte sendo a prova de que outro laço existe. E que se estreita cada dia mais.


Bom início de quinta-feira.

Pontos de luz

O quão sublime é encontrar mundos tão diferentes do seu, não é mesmo? Que de tão diferentes chegam a ser iguais pelas vidas nele inseridas. Já reparou? São mundos que talvez nunca alcancemos, são pontos brilhantes de um céu estrelado. Perto ou longe, estão ali (lá). São mundos que me fazem pensar em que lugar a minha vida veio parar. Ou parou. São como os sonhos que eu tive um dia e poder saboreá-los mesmo que distante é algo gratificante. Já disse inúmeras vezes que certas pessoas são destino; não há outra explicação plausível. Simplesmente os nossos caminhos foram desenhados e traçados pra nos chocarmos com os delas (mesmo sendo desenhados nas linhas mais tortuosas que se pode imaginar). Aí você me pergunta: que sonhos um dia tiveste? Um dia sonhei em ser jornalista e sempre quis morar na praia. Acordaria todos os dias 5:30 da manhã pra correr e teria um apartamento que seria “a minha cara”. Mas a vida é implacável no que diz respeito a destruir meus planos. Sempre foi. E mesmo ela me mantendo cativa no mesmo lugar, deparei-me com meus mundos cintilantes. Destino, lembra? Apesar disso, tem dias que canso de estar “à margem”. Tem dias que meu “cativeiro” sufoca. Tem dias que eu sinto saudade do que eu poderia ter sido e não fui. Ainda dá tempo? Não sei dizer. Deve dar, sempre há tempo. Não gosto das coisas que quase chegaram a ser e não foram. Quase histórias. Quase pessoas. Quase mundos. Quase eu. Ou de coisas que me parecem emprestadas e que depois vão ser tomadas de volta. Às vezes tenho a impressão de estar vendo através de um vidro, vendo as coisas acontecer sem mim, apenas como mera espectadora de uma peça que era pra eu estar atuando também. Fico triste. Mas aí me lembro dos pontinhos cintilantes que encontrei pelo caminho. E de repente eles não são mais estrelas longínquas e sim vagalumes. Pequenos pontinhos brilhantes não mais inalcançáveis, mas que podem voar pra perto de mim a qualquer hora trazendo um pouco daquilo que outrora eu quis que fosse meu. Espero ser um pequeno vagalume pra eles também.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Dia que começou cinzento e estranhamente calmo. Confesso que nem sabia muito o que esperar dele: fui dormir ansiosa e beirando o desespero. O por quê? Simples: coisas que aprendemos e nunca sabemos. Misterioso? Nem tanto. Têm mais seres com a mesma "angústia" taquicárdica que eu por aí e não são poucos. Dia leve, carregado de metáforas e divagações sobre como nossas palavras podem ser mal interpretadas. Biscoito, nuvens, ar, chuva na estrada, risadas no corredor. Cotidiano. E você, o que fez da sua segunda-feira?


Muito obrigada aos que se indentificaram com a aleatoriedade dos pensamentos dessa garota aqui. Beijo e boa noite.

domingo, 24 de outubro de 2010

Ainda.

Depois de muito falar e prometer o blog tá aí. Agora compartilho com alguns poucos os meus devaneios. Devaneios esses que não cabem mais em 140 caracteres. Agora é hora de fazer a tão famosa sutura de pensamentos. Beijo e boa segunda.

23/10/2010

Só quando eu me encontro assim, nessa inquietude frenética, é que percebo o quanto somos um tanto patéticos ao tentar nos prostrar de alguns sentimentos ou sensações. Ou até o quanto temos a misteriosa capacidade de fazer pequenos pactos com nós mesmos; tratados que são quebrados com a mesma facilidade com que são criados. Eles vêm quase sempre acompanhados da velha desculpa de evitar traumas como os do passado, fazer com que criemos um lugar “seguro” longe de desilusões que tendem a deixar feridas que demoram um longo tempo pra cicatrizar. Seria mesmo o tempo o bálsamo curativo de tais chagas? Talvez. Uma das poucas coisas de que tenho certeza é que à medida que algumas pessoas e emoções são varridas de nossas vidas, outras vão substituindo o seu papel, ajudando a reescrever um roteiro muitas vezes desgastado e sem cor. E tem coisas que ultimamente andam trazendo cor até demais. Tanto que chega a deixar o estômago cheio de borboletas – coloridas, claro – se debatendo pra lá e pra cá levando essa confusão ao cérebro e consequentemente ao coração. O que? Coração? Sim, isso mesmo. Esse músculo cardíaco que durante um ano só servia pra bombear sangue, agora suspira. De novo. E aqueles pactos que fizeste? Lembra? Eu disse, foram feitos para serem quebrados. Ninguém consegue permanecer indiferente por muito tempo. Ainda mais nós, seres humanos inconstantes que somos! Quando vemos estamos aqui, sentados, as mãos suando e essa coisa dentro do peito que acelera mais e mais num ritmo difícil de controlar. Tentamos conter algo que foi crescendo e agora transborda; algo à prova de qualquer barricada que possa, eventualmente, ser (re)construída. Evitamos, falamos o tão famoso “nunca mais”, fugimos, choramos, brigamos com nós mesmos em vão. Porque o estado de latência passa um dia. E o que se há de fazer senão admitir pra si mesmo que tem algo de novo crescendo onde antes havia somente amargura? Ou pior: um lugar ermo, um vácuo ou qualquer coisa do gênero. Ver a muralha que construíste cair pouco a pouco, o calabouço no qual trancafiaste um de teus bens mais preciosos ser invadido por algo mais astuto e traiçoeiro. Algo despertou. A fortaleza que demorou tanto tempo pra ser construída fora atingida por uma bola de canhão. Não há nada a fazer senão entrar outra vez no campo de batalha. Os soldados do meu exército caíram. As trincheiras estão em chamas...