Fiquei um tempo ser aparecer por aqui, é verdade. Não por falta daquela velha e conhecida ânsia de escrever, mas por me sentir desinteressante mesmo. Sem algo de muito nobre ou muito proveitoso a dizer. Não que isso signifique que das outras vezes em que escrevi eu tivesse algo de importante a dizer. Enfim, cá estou.
Senti que nesse intervalo de tempo tudo não passara de uma eterna repetição. Um looping de situações incômodas e pessoas "requentadas". Nada que acrescentasse algo de encantador e significativo. Aí ao invés de refugiar-me no álcool, tentando encontrar um rota de fuga pra longe da realidade, resolvi voltar para os meus livros. Até porque estava me sentindo uma pessoa burra e totalmente sem foco. Uma série de coisas boas e revigorantes aconteceram essa semana, coisas que eu realmente esperava. Porém, as deixarei para outro momento. Enunciá-las aqui atropelam os acontecimentos, então as guardarei para mim por enquanto.
Sou daquelas que se encantam facilmente com qualquer coisa ou pessoa. Não que eu demonstre isso com facilidade, por incrível que pareça às vezes pareço séria e "dura" demais com as palavras. Há tempos alguma coisa não me despertava vontade de convidar alguém para tomar um café numa tarde ociosa. Uma dessas coisas é um dos livros que eu adquiri essa semana. Casados com Paris é um relato ficcional da escritora norte-americana Paula McLain. Conta a história de Hadley Richardson, primeira esposa do escritor Ernest Hemingway. Confesso que foi um tiro no escuro, nada tinha lido sobre e muito menos conhecia a autora. Porém, já nas primeiras páginas encantei-me de imediato com Hadley e de como algumas passagens lembravam a mim mesma. Fiquei com vontade de ter vivido nos anos 20...
De alguma maneira, eu ficara presa ao longo do caminho - muito antes da doença da minha mãe - e não sabia bem como me libertar. Algumas vezes, depois de tocar por uma hora um Chopin passável, eu desabava no sofá ou no carpete, sentindo deixar meu corpo qualquer energia que eu houvesse tido enquanto tocava. Era terrível me sentir tão vazia, como se eu não fosse nada. Por que eu não podia ser feliz? E, no final, o que era felicidade? Conseguiríamos fingi-la, como insistia Nora Bayes? Conseguiríamos fazê-la brotar como um bulbo primaveril na cozinha ou esbarrar com ela numa festa em Chicago e contraí-la como um resfriado?
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