quinta-feira, 23 de junho de 2011

"Vieram mais de você do que de mim. Faça deles o que quiser."

Eis que em uma madrugada tediosa ele veio falar. Finalmente veio. E em meio a algumas frases soltava um "você se lembra?". Gostaria de lembrar. Acostumada a guardar mais as coisas ruins do que boas, esqueceu-se daquele copo de cerveja, das páginas amarelas e até da dedicatória bonita no livro. Todas as memórias foram soterradas por outros acontecimentos. Num certo tom de desabafo, escancarou todas aquelas palavras na sua frente. Belas palavras. Doces. De extrema sensibilidade. Trouxe meus 17 anos de volta bem ali naquela conversa. Ah, se ele soubesse que talvez ela não era mais digna de tais palavras! Senti como se ele tivesse escrito pra um fantasma. Como se aquela menina pra quem ele escreveu tudo aquilo fosse outra pessoa. E é bom que ele se lembre de mim do jeito que eu era. É bom que ele nem veja o que me tornei.











Tão bonito. Guardei no coração.

Nenhum comentário:

Postar um comentário