segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Sobre um cara.
Jogou o cigarro na grama. O copo vazio também. Foi quando ele se aproximou, já sabendo meu nome. "Marjorie! Marjorie" - repetia simulando um sotaque francês. Figura simpática. Falou-me seu nome, mas sabia que assim que o dia se transformasse em outro, esqueceria. Era um nome simples. Ele era - ou parecia ser - uma pessoa simples. Já não trazia mais em seu rosto o frescor da juventude, mas se os olhos são as janelas da alma como dizem, aquele par de olhos embriagados não chegava a ter vinte anos. Falava comigo em inglês. Trazia em suas mãos algo colorido, fogos de artifício. Já sei, vou chamá-lo carinhosamente de "Firework". Serelepe. Pronunciava muito bem as palavras. Na verdade nem sei porque estávamos falando em outra língua. Efeito do álcool. Foram só alguns minutos, mas poderia ficar conversando ali com ele por horas e horas a fio. E tenho certeza de que Firework já havia viajado por vários lugares. Se não, onde teria adquirido o sotaque? Haveria de me contar suas histórias, talvez. Despediu-se dizendo algo como "get some mary jane". Como eu disse, serelepe. Fui pegar aquela que seria a última cerveja da noite, quando me deparei com fogos de artifício em meio às árvores. Era Firework, brincando com o que trazia em mãos enquanto conversava comigo. Mas tu não tinhas me dito que estava estragado? Talvez nem ele soubesse direito. Continuei meu caminho até o bar pensando que todo domingo deveria ser como aquele...
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