terça-feira, 10 de maio de 2016

Uma voltinha rápida aqui.

Fazia sei lá quantos anos que eu não me aventurava por essas bandas de cá. Acho que faz uns três anos, sei lá. Gosto de pensar que o que é nosso, que está entranhado em nós, nunca se vai. Fica ali, quietinho, esperando pra sair e pra lembrar que isso é o que chamamos de essência. É algo que por mais que a gente tente, nunca muda.

Sempre pensei na escrita como algo confessional, sobre esses ditos sentimentos que ficam se debatendo aqui dentro. E que são muito, mas muito complexos para serem divididos com, bem, seres humanos. Não sei como lembrei do blog, juro. A sensação que tenho é que enterrei uma parte minha com ele para que pudesse vir outra pessoa no lugar. Uma tentativa de evolução, talvez.

Mas, como eu disse, sempre tem uma coisinha ali querendo sair. Querendo te mostrar que teu "verdadeiro eu" ou o que quer que chamem, às vezes grita por um espaço. Você pode tentar abafar, conter, mas não adianta. O que você sempre foi e o que é de verdade sempre estiveram ali.

Às vezes nos perdemos de nós. E, às vezes, o caminho para encontrar-se novamente é o de volta. É olhar um pouco para trás e perceber que sempre esteve ali. Às vezes a gente só precisa deixar que essas coisas entrem, sendo boas ou ruins. Curvar-se diante delas.

Bem, eu voltei. Só não sei por quanto tempo. Só não sei pra onde.

Retroceder para ir em frente.

sábado, 24 de agosto de 2013

Feliz você&eu. Feliz nós.

Neste mesmo dia, há um ano atrás e num sábado um tanto quanto enfadonho, saí de casa com a finalidade apenas de distrair meus pensamentos. Tinha sido um dia ruim e precisava apenas de distração. Mal sabia que aquela mudança de planos repentina faria com que eu tropeçasse em você. Ou você em mim dada a sua devida condição alcoólica. Aqui paro de fazer menção àquela noite por motivos óbvios.

Passou-se exatamente um ano e cá estou de pijama xadrez tentando dissertar, ou melhor, exteriorizar o que aquele sábado à noite trouxe à minha vida e que permanece até agora (e permanecerá por muito tempo, espero). Tropeço em palavras e significações a fim de explicar a intensidade de tantos momentos sublimes e de intensidade idem. Daquele que preocupou-se comigo desde o princípio de uma maneira atenciosa e tão única que eu nem imaginei que ainda existisse. A generosidade e até uma certa benevolência da tua parte conquistaram-me desde o princípio. Fez com que a tão arredia moça, machucada pela incúria e por mágoas passadas, acreditasse novamente. E eu quis: fui em frente mesmo sabendo o quão incerto e novo era aquilo que eu sentia.

365 dias e aqui estamos, juntos, para provar que sim. Demos certo. Na mais alta significação dessas duas palavras. De um lado trazes o sorriso, o cuidado e o carinho tão característicos dessa tua (linda) personalidade. De outro, trago só a vontade de que dê tudo certo, como está; meus sonhos são tão grandes quanto o que sentimos um pelo outro. Aqui esbarro na breguice e uso de certa licença poética; não é fácil externar tais sentimentos. Tinha que ser algo simbólico e resolvi tentar através dessas humildes palavras que curvam-se diante de seu mestre: o amor. Sim, o amor. Sem medos, sem faltas. Pura e simplesmente.

E é assim que defino "isso". Com calma e sem pressa. Somos. Abrimos mão de duas vidas singulares e ímpares para construirmos o que será e que já é NOSSO. Tudo o que vivemos até agora só me traz a certeza de que estamos no caminho certo e que abençoado seja o dia 25 (ou 26) de agosto de 2012! Difícil dar continuidade quando escrevo tudo "de um só fôlego" e pensando no que você irá sentir quando ler. Estou tentando, vai. Desde "bromélias" a unicórnios, aqui cabe uma longa história que apenas começou.

Empacando no quinto parágrafo só o que tenho a lhe dizer é: obrigada. Obrigada por me ensinar a cada dia que existe sim o que achei que estaria perdido. E não falo somente de nós: falo de acreditar e ter um pouco mais de fé nas pessoas. Obrigada por me fazer sorrir mais, por me proporcionar coisas novas e por permitir que eu habite um espaço no teu coração. Você certamente é o meu lar também. Obrigada por me amar, obrigada por cuidar de mim e, acima de tudo, obrigada por me aceitar como eu sou. Por não ter fugido quando viu o quão machucada eu estava. Obrigada por ser o melhor namorado, companheiro e cúmplice que alguém poderia ter.

O que nos reserva os próximos 365 dias? Só o tempo dirá. E o mesmo há de nos fortalecer. Porque agora somos. Eu, você não tem mais lugar. Desistimos de um e de outro em detrimento de algo maior: NÓS. E dentro de NÓS cabe todo o amor do mundo.

Feliz primeiro dia que nos encontramos. Eu te amo tanto.



I know who I want to take me home. Take me home.








sábado, 29 de dezembro de 2012

"O ano é novo, o coração é o mesmo".

Voltei. Blog com cheiro de mofo e sendo atualizado no último final de semana deste 2012 moribundo. Não sou boa com resoluções ou listas, mas essa onda de "recomeço" pegou-me com força e, bem, lá vou eu.

Pra falar a verdade eu nem lembro muito bem do começo desse ano. Sério. Há coisas que tornaram-se tão vagas que parecem ter ocorrido não há doze meses, mas anos.

Começou com despedida. Senti-me perdida várias e várias vezes pensando ter que reencontrar na cidade que eu habito e na minha rotina esquisita, uma forma de sobreviver sem aquela que veio a ocupar o posto de melhor amiga. Sim, nestes 22 anos de vida nunca tive uma. Relação construída à distância e fortalecida pela mesma; sem demonstrações de amor megalomaníacas ou conversas diárias, porém, sempre com aquela presença-ausência reconfortante e a sintonia inexplicável de sempre.

Inclusive, 2012 foi o ano das amizades. Das novas e das antigas. Algumas fortaleceram-se, outras desgastaram-se. Não por falta de vontade de ambas as partes; algumas coisas simplesmente deixam de fazer sentido e não permanecem. A vida é ciclo e o velho precisa sair para dar lugar ao novo.

Não foi um ano de muitos feitos, inclusive a preguiça deu o tom da maioria dos dias. Alguns meses pareceram se arrastar, enquanto outros passaram tão rápido que sequer lembro de acontecimentos marcantes. 2012 colocou à prova meu auto-conhecimento: às vezes é importante não somente reconhecer que somos fortes, mas estarmos cientes de nossas fraquezas. E admitir de uma vez por todas que existem aspectos dentro de nós mesmos que não podem e não devem ficar guardados. É de fundamental importância que tenhamos pessoas em quem confiar e principalmente que possamos dizer que não estamos nos sentindo bem. Não há necessidade de sentir vergonha por isso.

O segundo semestre trouxe com ele acontecimentos e pessoas que vêm conquistando minha confiança e meu carinho a cada dia. Se eu pudesse resumir esse ano em uma palavra seria: redescoberta. Agosto pegou-me de surpresa, assim como quem veio com ele, quase no final de seus dias. Colocou-me frente à sensações que outrora estavam esquecidas, fazendo-me esbarrar em algo que eu achava não mais ser possível sentir e, que de certa forma, era assustador. Para ambos. Foi e está sendo uma lição de paciência. Lidar com o outro é um exercício, ainda mais quando essa pessoa está inserida em um universo quase que totalmente diferente do seu. Poderia arrastar esse parágrafo e estendê-lo por mais uns dez longos ensaios apenas para tentar externar a alegria que esse "presente" me proporciona. Escolho encerrá-lo, dizendo que aqui dentro há uma força de vontade gigante pra que tudo isso seja apenas o começo. Apesar dos quilômetros, da saudade e dos meus erros primários.

Não pedirei muito de 2013. Apenas que o que for bom permaneça, que haja mais reencontros e que o amor prevaleça. Não somente aquele entre namorados, mas o amor entre amigos, família e o amor por nós mesmos. 2013 será o ano da conclusão de algumas coisas, de mais algumas partidas e da volta da minha melhor amiga. Muito do que eu quero e anseio ainda é obscuro e incerto. E muito do que eu quero não depende só de mim. Só posso desejar pra todo mundo que caminha comigo muita alegria, cerveja, mais telefonemas e cartas e menos marcação no facebook. Mais amor, sorrisos, abraços, amigos de verdade, novidades e redescobertas. Muito do que a gente procura ou acha que procura está bem debaixo de nosso nariz. Que tenhamos a habilidade de enxergar e cultivar isso.

Aos que vieram, aos que permanecem, aos que estão longe, aos que estão por vir e que ainda não chegaram e, principalmente àqueles que já nos deixaram, um brinde! E que venha mais um ano novinho em folha.

sábado, 8 de setembro de 2012

Fiquei um tempo ser aparecer por aqui, é verdade. Não por falta daquela velha e conhecida ânsia de escrever, mas por me sentir desinteressante mesmo. Sem algo de muito nobre ou muito proveitoso a dizer. Não que isso signifique que das outras vezes em que escrevi eu tivesse algo de importante a dizer. Enfim, cá estou.

Senti que nesse intervalo de tempo tudo não passara de uma eterna repetição. Um looping de situações incômodas e pessoas "requentadas". Nada que acrescentasse algo de encantador e significativo. Aí ao invés de refugiar-me no álcool, tentando encontrar um rota de fuga pra longe da realidade, resolvi voltar para os meus livros. Até porque estava me sentindo uma pessoa burra e totalmente sem foco. Uma série de coisas boas e revigorantes aconteceram essa semana, coisas que eu realmente esperava. Porém, as deixarei para outro momento. Enunciá-las aqui atropelam os acontecimentos, então as guardarei para mim por enquanto.

Sou daquelas que se encantam facilmente com qualquer coisa ou pessoa. Não que eu demonstre isso com facilidade, por incrível que pareça às vezes pareço séria e "dura" demais com as palavras. Há tempos alguma coisa não me despertava vontade de convidar alguém para tomar um café numa tarde ociosa. Uma dessas coisas é um dos livros que eu adquiri essa semana. Casados com Paris é um relato ficcional da escritora norte-americana Paula McLain. Conta a história de Hadley Richardson, primeira esposa do escritor Ernest Hemingway. Confesso que foi um tiro no escuro, nada tinha lido sobre e muito menos conhecia a autora. Porém, já nas primeiras páginas encantei-me de imediato com Hadley e de como algumas passagens lembravam a mim mesma. Fiquei com vontade de ter vivido nos anos 20...

De alguma maneira, eu ficara presa ao longo do caminho - muito antes da doença da minha mãe - e não sabia bem como me libertar. Algumas vezes, depois de tocar por uma hora um Chopin passável, eu desabava no sofá ou no carpete, sentindo deixar meu corpo qualquer energia que eu houvesse tido enquanto tocava. Era terrível me sentir tão vazia, como se eu não fosse nada. Por que eu não podia ser feliz? E, no final, o que era felicidade? Conseguiríamos fingi-la, como insistia Nora Bayes? Conseguiríamos fazê-la brotar como um bulbo primaveril na cozinha ou esbarrar com ela numa festa em Chicago e contraí-la como um resfriado?

domingo, 22 de julho de 2012

Pra ti

Todas as vezes em que o reencontrei não consegui esconder minha surpresa. Era como se um passado convidativo estivesse estampado naquele sorriso perfeito. Os olhos ainda tinham o mesmo brilho e a mesma vivacidade de quando tínhamos dezessete anos. Era como se a minha melhor idade tivesse sido trazida de volta por uma brisa suave e calma. E ele estava ali, naquele lugar, na minha frente. De novo. Como das outras vezes fiquei nervosa e não sabia como me comportar, nem o que dizer. Porém, tenho absoluta certeza de que teria tido uma qualidade melhor se minha surdez não atrapalhasse e aquela banda horrorosa não tivesse começado a tocar naquele exato momento. Atônita, apenas respondia as perguntas do jeito mais sincero que eu consegui. Fiquei sem jeito quando tu disse que lia o que escrevo e que catalogo como devaneios. Não sei se conseguia disfarçar meu nervosismo diante daquele que foi o primeiro de todos. Primeiro de muitas coisas. Se eu conseguisse esboçar qualquer palavra que fizesse sentido te diria que a parte (boa) do que sou hoje veio de você. Que foi você quem me mostrou Kerouac, Bukowski e Cascavelletes. Você não sabe, mas foi. E isso mudou minha vida e fez com que eu conhecesse coisas e pessoas que eu não imaginava conhecer. E que eu lembro do primeiro álbum da Mallu Magalhães que ouvíamos juntos e das tuas poesias. Também lembro de algumas coisas, só não consigo dizer. Talvez dissesse se aquele café não tivesse ficado pra história. Ficou para a história como aquele livro, aquelas cartas e a melhor versão de mim mesma sem toda essa bagunça em que me transformei. Dizem que quando o passado volta é perigoso, mas não concordo. Não quando ele só nos faz essas visitas esporádicas. Para nos lembrar do melhor que éramos e do melhor que poderíamos ser. Revigora. E essa mesma sensação vai percorrer cada centímetro do meu corpo toda vez que isso acontecer. Eu era tão melhor quando éramos só guris...

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Triste saber o antídoto para tudo de nocivo, venenoso e mortal que existe em nós e não querer tomá-lo. É como deixar-se afogar e não tentar sequer nadar contra a forte correnteza. Porque é mais fácil. Porque cansa. A vida cansa. Cansa apelar. Cansa chorar. As pessoas cansam. A saudade cansa. O frio mata. Aquele abraço nunca vem. E o amor? O amor é como um vestido que foi feito sob medida e que todo mundo ganhou. Menos eu.




quarta-feira, 13 de junho de 2012

Futuro do presente

Há quase dois meses fica difícil dormir. Minha ansiedade agora afeta não só minha mente, mas meu corpo também. Andei doente e precisei de cuidados. Não tive. Ao invés de afagos e carinhos, entreguei-me à toda e qualquer possibilidade de festividades que incluissem álcool, obviamente.

Sei que não deveria reclamar tanto, visto que as agressões das quais sou vítima são causadas por mim mesma; resolvi parar de culpar o mundo e as pessoas por isso. Apesar desse "amadurecimento", não me vejo como uma pessoa melhor. Assumir minhas vontades fez com que eu me perdesse mais do que me encontrasse e isso só faz aumentar minha ansiedade. E todos os malefícios causados por ela. Castigo infinito por achar que sei cuidar de mim mesma e que sei lidar com as confusões sentimentais em que me meto.

Joguei fora toda a autoestima reconstruída nesses últimos dois anos. Fui até o fundo do poço de mim mesma só para sentir qualquer coisa: nem que fosse uma dor imensa por não saber o que fazer com meus pecados. Entreguei-me a toda quase possibilidade de relacionamento abrindo mão do que eu realmente acredito. Deixei que algumas coisas voltassem e, inevitavelmente, isso fez com que eu cutucasse suturas de feridas que eu nem lembrava que existiam. Esqueci-me de que esses "quases" sempre trazem consigo "nadas" infinitos, todos eles sempre prontos pra aumentar ainda mais o vácuo que há dentro de cada um de nós. Ou só de mim.

Agonia por não saber onde me encontro. Não há mais disfarces e por vezes o desespero transparece nas horas e situações mais impróprias. Prometi a mim mesma que perder a pessoa que eu mais amei na vida há dois anos não justificaria nenhum de meus futuros desacertos. Embora precise admitir aqui que a morte de uma pessoa querida nos transforma de muitas maneiras e nem sempre elas são boas. Sempre penso estar envergonhando-a, mesmo que ela não esteja mais nesse plano para me dar um (merecido) puxão de orelha.

Estou cada vez mais ciente de que o que ainda me mantém de pé são as poucas pessoas que faço questão de manter em minha vida. Se por um lado "uso" outras para me agredir, por outro tenho outras para me ajudar a ver o que não consigo. E vai ser sempre assim. Às vezes é preciso que os outros nos lembrem das nossas capacidades: seja de amar, seja de superar algo doloroso, seja de ser uma pessoa melhor. Acredito cada vez mais que seguir o coração não é errado. Mas a linha entre utopia e realidade é tênue e recheada de ilusões sedutoras. É aí que me perco: numa busca incessante por amor e aceitação, tropeçamos em nossos próprios desejos, anseios e, por que não, no passado. Colocamos tudo a perder, mesmo que nada tenha existido desde o começo.

Passei a não temer mais o futuro por um simples motivo: ele não existe. O futuro é aqui e agora. Como disse certa vez, dizer mais "não" pouparia-me um imenso sofrimento cada vez que deparo-me com esse impasse, com esse excesso de coisas que não dão em nada. Começo a acreditar que coisas boas acontecem conosco por merecimento e nesse momento eu pareço não merecer. Falta amor, eu sei. Mas como fazer quando todo mundo te julga autosuficiente nesse departamento? Os fiz acreditar, agora paciênca; contento-me com outros exemplares dele. Menos intensos, porém igualmente verdadeiros.

Não fui feita para choramingar ou para ligar para as opiniões de pessoas que julgam ter vidas perfeitas de comercial de margarina. Disseram-me que sou introspectiva demais. E sou mesmo, isso nunca me causou mal. O que apodrece o lado bom da gente, são essas tentativas quase suicidas de mergulhar em coisas incertas só pra sentir qualquer coisa. E esse meu "novo eu", mais comedido e mais maduro, quer parar. Ele diz chega quando eu não consigo. Sim, uma esquizofrenia. Como se não bastasse ser uma pessoa diferente a cada semana que passa.

Tentarei, de qualquer forma. Tentarei não reclamar. Tentarei fazer as pazes comigo mesma. Por ora só me resta encerrar este ensaio-desabafo com essas sentenças iniciadas por verbos no futuro do presente. Nada faria mais sentido.



I've been up for days
Trying to find a way to write this confession down
Seems every line I write is a mess
At least this I'll admit