Fazia sei lá quantos anos que eu não me aventurava por essas bandas de cá. Acho que faz uns três anos, sei lá. Gosto de pensar que o que é nosso, que está entranhado em nós, nunca se vai. Fica ali, quietinho, esperando pra sair e pra lembrar que isso é o que chamamos de essência. É algo que por mais que a gente tente, nunca muda.
Sempre pensei na escrita como algo confessional, sobre esses ditos sentimentos que ficam se debatendo aqui dentro. E que são muito, mas muito complexos para serem divididos com, bem, seres humanos. Não sei como lembrei do blog, juro. A sensação que tenho é que enterrei uma parte minha com ele para que pudesse vir outra pessoa no lugar. Uma tentativa de evolução, talvez.
Mas, como eu disse, sempre tem uma coisinha ali querendo sair. Querendo te mostrar que teu "verdadeiro eu" ou o que quer que chamem, às vezes grita por um espaço. Você pode tentar abafar, conter, mas não adianta. O que você sempre foi e o que é de verdade sempre estiveram ali.
Às vezes nos perdemos de nós. E, às vezes, o caminho para encontrar-se novamente é o de volta. É olhar um pouco para trás e perceber que sempre esteve ali. Às vezes a gente só precisa deixar que essas coisas entrem, sendo boas ou ruins. Curvar-se diante delas.
Bem, eu voltei. Só não sei por quanto tempo. Só não sei pra onde.
Retroceder para ir em frente.