sábado, 29 de dezembro de 2012

"O ano é novo, o coração é o mesmo".

Voltei. Blog com cheiro de mofo e sendo atualizado no último final de semana deste 2012 moribundo. Não sou boa com resoluções ou listas, mas essa onda de "recomeço" pegou-me com força e, bem, lá vou eu.

Pra falar a verdade eu nem lembro muito bem do começo desse ano. Sério. Há coisas que tornaram-se tão vagas que parecem ter ocorrido não há doze meses, mas anos.

Começou com despedida. Senti-me perdida várias e várias vezes pensando ter que reencontrar na cidade que eu habito e na minha rotina esquisita, uma forma de sobreviver sem aquela que veio a ocupar o posto de melhor amiga. Sim, nestes 22 anos de vida nunca tive uma. Relação construída à distância e fortalecida pela mesma; sem demonstrações de amor megalomaníacas ou conversas diárias, porém, sempre com aquela presença-ausência reconfortante e a sintonia inexplicável de sempre.

Inclusive, 2012 foi o ano das amizades. Das novas e das antigas. Algumas fortaleceram-se, outras desgastaram-se. Não por falta de vontade de ambas as partes; algumas coisas simplesmente deixam de fazer sentido e não permanecem. A vida é ciclo e o velho precisa sair para dar lugar ao novo.

Não foi um ano de muitos feitos, inclusive a preguiça deu o tom da maioria dos dias. Alguns meses pareceram se arrastar, enquanto outros passaram tão rápido que sequer lembro de acontecimentos marcantes. 2012 colocou à prova meu auto-conhecimento: às vezes é importante não somente reconhecer que somos fortes, mas estarmos cientes de nossas fraquezas. E admitir de uma vez por todas que existem aspectos dentro de nós mesmos que não podem e não devem ficar guardados. É de fundamental importância que tenhamos pessoas em quem confiar e principalmente que possamos dizer que não estamos nos sentindo bem. Não há necessidade de sentir vergonha por isso.

O segundo semestre trouxe com ele acontecimentos e pessoas que vêm conquistando minha confiança e meu carinho a cada dia. Se eu pudesse resumir esse ano em uma palavra seria: redescoberta. Agosto pegou-me de surpresa, assim como quem veio com ele, quase no final de seus dias. Colocou-me frente à sensações que outrora estavam esquecidas, fazendo-me esbarrar em algo que eu achava não mais ser possível sentir e, que de certa forma, era assustador. Para ambos. Foi e está sendo uma lição de paciência. Lidar com o outro é um exercício, ainda mais quando essa pessoa está inserida em um universo quase que totalmente diferente do seu. Poderia arrastar esse parágrafo e estendê-lo por mais uns dez longos ensaios apenas para tentar externar a alegria que esse "presente" me proporciona. Escolho encerrá-lo, dizendo que aqui dentro há uma força de vontade gigante pra que tudo isso seja apenas o começo. Apesar dos quilômetros, da saudade e dos meus erros primários.

Não pedirei muito de 2013. Apenas que o que for bom permaneça, que haja mais reencontros e que o amor prevaleça. Não somente aquele entre namorados, mas o amor entre amigos, família e o amor por nós mesmos. 2013 será o ano da conclusão de algumas coisas, de mais algumas partidas e da volta da minha melhor amiga. Muito do que eu quero e anseio ainda é obscuro e incerto. E muito do que eu quero não depende só de mim. Só posso desejar pra todo mundo que caminha comigo muita alegria, cerveja, mais telefonemas e cartas e menos marcação no facebook. Mais amor, sorrisos, abraços, amigos de verdade, novidades e redescobertas. Muito do que a gente procura ou acha que procura está bem debaixo de nosso nariz. Que tenhamos a habilidade de enxergar e cultivar isso.

Aos que vieram, aos que permanecem, aos que estão longe, aos que estão por vir e que ainda não chegaram e, principalmente àqueles que já nos deixaram, um brinde! E que venha mais um ano novinho em folha.