domingo, 28 de agosto de 2011

Unknown

Estranho como existem pessoas que não conseguimos "ler". Ainda mais pra mim, exímia observadora do comportamento humano. Decodificar gestos e palavras alheias não é difícil, mas existem aqueles seres que são difíceis de ser interpretados. Quase impossíveis eu diria. É instigante e encantador. Faz querer descobrir mais, sabe? Faz querer. Daqueles que só se sabe o nome, qualquer pequena informação reveladora é luxo. Só tenho medo daquele mistério que aprisiona. Daquele silêncio brutal que nos acorrenta à insegurança. Me apropriando das palavras da escritora Martha Medeiros: Deixar o outro inseguro é uma maneira de prendê-lo a nós - e este "nós" inspira um providencial duplo sentido. Mesmo que ele tente se libertar, estará amarrado aos pontos de interrogação que colecionou. Nunca entendi essa necessidade de falso controle sobre os outros. Que seja um mistério bom e que não me apavore, não tenho paciência pra isso. Embora ache lindo. Ah, o paradoxo.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Erase, replace.

Foi a primeira vez que apaguei algo que escrevi aqui. Talvez por vergonha ou talvez por achar que "não, bobagem, isso nunca". É incrível como ficamos tímidos na hora de escancarar algo que inevitavelmente transborda. Ou transbordaria se não fôssemos idiotas e tentássemos conter emoções e sufocar sentimentos. Já não é a mesma coisa. Você sente como se tivesse pulado etapas e que algo parou. Há essa muralha gigantesca que precisa ser destruída antes de chegar a um lugar bonito. Às vezes você tem a impressão de que ela só aumenta e contorná-la já não é o suficiente. Cansa. Você se sente exaurido e incapaz muitas vezes. Sabe o que eu realmente queria? Era parar de procurar. Só sentar e esperar por aquele par de mãos que se estenderiam pra mim. E que achasse sentido na minha existência quando nem eu mesma acho. Ou talvez sejam só devaneios, visto que já passa de uma hora da manhã e eu estou aqui misturando todos os pronomes pessoais possíveis. O único desejo que pode ser atendido agora é o de dormir e sonhar com alguém como "alguém". Já que aqui não cabe o pronome "você" porque não existe ninguém além do "eu" que possa um dia se tornar "nós".

sábado, 6 de agosto de 2011

Antecipação

Diante dessa saudade antecipada que sinto, só me resta espaço para simples pedidos: que eu não me acomode e que sobre tempo e disposição para matá-la com abraços e palavras doces. E só.











Vou sentir tanto a tua falta.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Every night I feel miserable.

Às vezes nem eu sei como aguento o jeito que algumas pessoas me tratam ou como eu deixo sempre de pensar em mim pra tentar fazer quem eu amo feliz. Penso que de tanto levar patadas, você acaba adquirindo algum tipo de proteção e chega uma hora que não dói mais. Não dói mesmo e aí entra em cena a indiferença que faz com que eu me esquive e evite qualquer tipo de confronto. Nunca vou bater de frente com ninguém. Porém não posso dizer que esses sapos que eu engulo vez ou outra descem facilmente pela minha garganta. Quando tratamos mal uma pessoa, não fazemos ideia do quão pequena ela se sente. E essa patada dói mais quando vem de onde menos se espera. Hoje me senti do tamanho de um grão de areia.